A HIPOSTASIA DA UTOPIA DO IMANENTE
- O Espírito Absoluto dos Cidadãos Petropolitanos
A consciência filosófica, que a partir de Hegel, assume a forma de espírito absoluto, buscou apreender o real, aproximando o ser do conceito: “O conceito é o conhecimento do ser, que cumpre como um retorno a si, depois da saída de si e da exteriorização na natureza.”
A ‘mediação necessária’, asseverada por Habermas, irá justificar as muitas outras formas que, afinal, determinará a verdade histórica como liberdade absoluta.
Indaga-se, neste contexto historicista, onde está e qual é o espírito da “Cidade de Pedro” , a ‘Ouro Preto do século XX’, a ‘cidade das hortênsias’ ?
Se, nominalmente, as formas são tantas quantas as capacidades de criação das especulações da mente humana, conceitualmente, elas estarão condicionadas às sensações primeiras que, estas mentes mesmas, foram capazes de apreender e sentir uma relação.
Certamente, um destes lugares se encontra, no dummie das artes: a “Cidade dos Corais”.
Petrópolis, sempre se mostrou pequena, enquanto pacholava sua grandeza. Desde a vinda da ‘família real’ aos dias presentes, continua a pacholar. Grandes personalidades surgiram dela ou escolheram-na como anfitriã. Mas, não nos prendamos disso. Prendamo-nos no que, no tempo histórico presente, continua a reverberar sutilmente.
Certamente, o abnegado leitor, mesmo sem perceber, mesmo sem atentar, encontra e esbarram, em suas andanças, com portadores desse espírito absoluto, pelas ruas, praças, galerias, paços e vielas. Não se trata de espírito deliberado mas de deliberado espírito. Não se trata de construção semântica, mas de semântica em construção. Uma espécie de sabedoria de seu espírito, sempre aberto ao acolhimento. Auspicioso, altivo e estranhamente humilde. Uma qualidade da qual espertalhões não podem se apropriar. São pequeninas vozes, pequeninos seres que nutrem, ainda que atônitos, o condão da esperança, com “e” maiúsculo. Seres conscientes ou não que fazem da pachola a camuflagem natural da paciência com que vivem, produzem e reproduzem sua existência.
Entretanto, ainda que pacato e pacífico para o que vem a seu encontro, sua vida, reprodução e existência é transversalmente marcada pela resistência com que sobrevivem frente ao assédio, mercantilismo e apropriação de outros positivos ou negativos. Uma vez observados, catalogados e classificados seus portadores, são acorrentados como Prometeu, acusados de ensinarem a arte do fogo à gente de pouca expressão. E, esta temeridade, fazem-os ainda mais humildes, mais pacientes e divertidos. Mas, como tudo, não sem luta e resistência (organizada, desorganizada, protagonizada ou livre e espontânea) ...
O tratamento da febre através da água fria, aos que temem o frio: a psicroterapiofobia (emprego terapêutico do frio no combate à febre, sem ou com a anamnese da psicrofobia -o medo mórbido do frio), “tendente” a impulsionar um tom no caráter para servir de modelo às gentes, servir de padrão para hábitos ou comportamentos, para conferir vigor ou estado de vigor que propulsa fisiologicamente a tensão a que se quer encontrar ou eliminar no “psicroterapiando”, induz assim, o estabelecimento de relações, sentimentos impulsores de digenescência psicológica. Tecnicamente, a degenerescência funcional psicológica (alteração dos caracteres de um corpo organizado) é catalogada como uma deformação da psique por distúrbios de causas não identificadas. No presente texto, utilizamos o verbete “degenerescência psicológica”, referindo-o a inculturação e “tirania dos costumes” (Roussel) que dão conseqüência ao aprisionamento do pensamento ou a aceitação de padrões e normas como verdades absolutas.
Mas não nos prendamos ao que destrói, engana e mente, prendamo-nos do que edifica, admoesta e aformoseia o coração, sem no entanto, deixarmos de perceber os “germes da contradição” que, afinal, como as ervas daninhas crescem ao meio ao trigo até se destinarem ao fogo consumidor de todas as vaidades.
O ineditismo debaixo da áurea protetora da humildade faz crescer e reproduzir sempre mais este espírito absoluto da cidade de Petrópolis. Conjuntos e Bandas musicais, cantores e compositores, populares e eruditos são cada vez mais numerosos. Um bom exemplo é o “Conjunto Anima e Cuore”, com seus músicos e soprano, como o “Coro de Câmara da UCP”. Bravo ! Bravo ! Bravo ! para “Hor Che Apollo”; Bravo ! Bravo ! para “Tota Pulchra es Mariae”.
Petrópolis, NunesNB
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