Metodologia Econômica
terça-feira, 8 de outubro de 2024
A tunga Marginalista do "Equilíbrio Geral" é uma falácia
segunda-feira, 23 de setembro de 2024
NOÇÕES DA COMPARATIVA ECONÔMICA DESCRITIVA
segunda-feira, 1 de maio de 2023
CAMINHOS PARA A TEORIA GERAL DA ESTRUTURA ECONÔMICA
Complementos à Metodologia Econômica
O objetivo principal da “pesquisa básica” intitulada “Metodologia Econômica dos Homens e Bens Indistintos”[i] (NUNES,N.B.,2013) é apresentar uma pauta para a "pesquisa&desenvolvimento" da metodologia mesma.
Se, por um lado, a Metodologia Econômica, não se sustenta no mainstream econômico chupado do “transplante metodológico” das ciências exatas, notadamente, o “instrumentalismo metodológico”, atribuído a Milton Friedman, segundo Caldwell[ii], por outro lado, é mister, que não se assenta numa transloucada elucubração filosófica mental (quer positivista, dedutivista, sequitária ou maniqueísta) que se resuma em demarcar a propriedade das especificidades de objetos particulares do conhecimento natural, biológico, social, econômico, etc...
Também o mainstream metodológico, precisa enfrentar uma dificuldade que não se soluciona no terreno dos princípios ou, no campo do desenvolvimento do “crescimento do conhecimento” científico: a construção da equação geral da estrutura a partir da “macroeconomia analítica” e, a desconstrução da “macroeconomia tradicional” a partir a matemática econômica, pretensa em substituir a economia política.
Se “fatores sociológicos” estão presentes na “evolução das teorias científicas” (Thomas Kuhn) e, os “raciocínios científicos” prescindem do “exame histórico” (Imre Lakatos), é porque a “Metodologia Econômica” não admite que seu objeto seja colocado entre o sujeito que o observa e o conhece, mas está ínsito aos fins econômicos específicos que o sujeito cognoscente faz demonstrar e a zona cinzenta superestrutural dos fins econômicos de bem estar social que a Metodologia Econômica dos Homens e Bens Indistintos prescinde desfilar.
A ZONA CINZENTA É UMA INSTITUIÇÃO SOCIAL ?
A compreensão de instituição[iii] do sistema econômico, quer no conceito de “instituição permanente” (Hauriou), quer na descrição de instituição renovadamente no tempo-espaço (Virga), não se prende ao ‘método econômico’ que desconsidere os “movimentos da consciência” e a realidade concreta em seu aspecto dinâmico. Porque o homem quer tomado como objeto, quer como sujeito é, alienado ou consciente, influxo que caminha para frente, inventando novas formas sem abandonar, rejeitar ou negar o conhecimento apreendido. Mesmo o ser mecanizado, coisificado e alienado é, espacial e tempestivamente, sujeito de conhecimento e descobertas , independentemente do estado da arte estacionária de dóxa (a mera opinião): a percepção do Absoluto é intuição.
O capitalismo é o sistema econômico e social predominante na maioria dos países industrializados ou em industrialização.
Nestes países, a economia se baseia na separação entre trabalhadores livres que dispõem da força de trabalho vendendo-a em troca de salário, e capitalistas, que são proprietários dos meios de produção, contratando trabalhadores para produzirem mercadorias em busca de lucros.
Max Weber[iv] diz que o capitalismo se caracteriza pela burocracia, isto é, as empresas deixaram de ser domésticas, cresceram e passaram a ter vida própria, exigindo sistemas racionais, contábeis e administrativos para garantirem a obtenção de lucros.
Karl Marx[v] diz que o que define o capitalismo é a exploração dos trabalhadores pelos capitalistas. O valor do salário pago corresponderia apenas a uma parcela mínima do valor do trabalho executado.
O comunismo é conhecido como uma ‘doutrina’ que defende a abolição da propriedade privada dos meios de produção, a distribuição igualitária dos bens produzidos pela sociedade e que a organização da riqueza social seja feita pela própria comunidade de produtores. Propõe, como etapa superior, a extinção do Estado, o autogoverno da coletividade e o fim das classes sociais. No pensamento social moderno, o comunismo se apresenta como sistema econômico a ser implantado em lugar do capitalismo, a partir da destruição deste por uma revolução social conduzida pelos trabalhadores.
A partir destes fragmentos, expostos acima, há que se perceber que a noção de “instituição” ou é concebida como “instituição permanente” ou como “instituição renovadamente no tempo-espaço”.
Tendo em mente que a noção de instituição somente forma sentido enquanto algo permanente, uma vez renovada, tornar-se-á, a partir de então, instituição permanente.
É de se notar que o indivíduo alienado de sua condição social (de qualquer classe social) toma a instituição, invariavelmente, em seu conceito permanente. Por outro lado, o indivíduo chamado consciente, toma-na em seu aspecto dinâmico, conforme os movimentos da consciência: permanentemente renovada.
Neste processo (permanente-renovado-permanente), resta sempre no que é permanente, parcela do que fora renovado e, agora permanente, anseia por renovação, para ao final e ao cabo, tornar-se permanente. Este não é um processo pacífico, nem para alienados (que sofrem as conseqüências da dinâmica), nem para conscientes (que fazem sofrer as causas do processo). Mas, então, se resta sempre parcela que anseia renovação, que parcela é esta e como torná-la mais harmônica para a coletividade ? É a esta parcela, que denominamos “zona cinzenta”, que se dirigem as observações a seguir.
Quer no conceito weberiano da burocracia (Estatal e privada), quer no conceito ‘marxista’ da exploração (dos trabalhadores pelos capitalistas), é patente a constatação do processo de mudanças (racionalismo para obtenção de lucros, aumento da taxa de exploração para aumentar os lucros).
Se a sociedade é ou está desorganizada, a sanha burocrática[vi] se expande à maquiavélica, se a sociedade é ou está organizada, aumentam as resistências ao conservadorismo de todas as matizes. Resta, porém, em todas as mudanças, parcelas de zona cinzentas. Quando tratamos do sistema econômico, por exemplo, a livre iniciativa dos homens que superaram a condição de escravos, se dirigirá para aumentar a capacidade do capital humano (educação, treinamento, reciclagem...), enquanto o aparato estatal (igualmente dirigido por homens livres) se esforçará para garantir a livre concorrência e subvenções sociais e econômicas. Sendo assim, todo o sistema econômico funciona harmonicamente e, as mudanças dinâmicas, são quase imperceptíveis. Nestes casos a zona cinzenta fica por conta do balanço entre o montante de recursos aplicados às subvenções e o tamanho do Estado mínimo necessário.
Quando, porém, a sociedade organizada/desorganizada desdenha a vigilância à zona cinzenta, alvorotam sanhas burocráticas mantenedoras de privilégios de distinção, lucros exorbitantes, protelações das causas da desigualdade para quando elas não mais existirem: em 2050, se não arrefecer, apenas 345 milhões morrerão por inanição, metas otimistas. Neste caso, a zona cinzenta, fica por conta da segurança (jurídica, social e econômica) da informação. As mudanças neste caso não poderão acontecer de forma harmônica sem a qualificação do debate da superestrutura jurídica, social e econômica que fundamenta e institui o próprio sistema em sua totalidade.
A zona cinzenta é portanto o objeto das mudanças. Rivera (1982)[vii], ao discutir o enfoque do Planejamento Estratégico na América Latina – em contexto da corrente estruturalista do pensamento econômico cepalino - encerra: “para produzir mudanças é necessário dispor de poder e que a forma de dispor de poder é produzir mudanças”, apontando que a “circularidade se resolve por equações simultâneas” e que “(...) a dialética de poder para (mudar) dentro do setor para poder fora do setor” (‘mudar’, parênteses meu) “é a justificativa desta proposta estratégica”. Este autor busca qualificar o debate superestrutural, através do enfoque filosófico da terminologia: poder/mudança/poder, num contexto de ebulição da corrente estruturalista do chamado pensamento da Cepal (Organismo vinculado à Organização das Nações Unidas). Sua zona cinzenta parece ser o baixo nível de saúde das populações da América Latina e o enfoque estratégico prometéico em elevá-lo a níveis mais harmônicos. A mudança aqui aparece como uma “cunha” dentro do setor saúde, para fora do setor mudar.
A zona cinzenta é também o lugar do grau da subjetividade das mudanças. Uma infinidade de fatores subjetivos, por exemplo, forçam a teoria funcional a se posicionar entre a teoria causal e a teoria estrutural para mediar “os fins específicos” do comportamento individual, separando a compreensão do objeto da ciência dos clássicos[viii], da estrutura racional exata que se pretende relacionar ou demonstrar.
A teoria funcional, irá se colocar entre a teoria causal e a teoria estrutural, para buscar convencimento marginal dos fenômenos que no âmbito das ciências sociais se revelam contraditórios.
A ciência econômica trata dos fenômenos econômicos certos e incertos, das coisas físicas, das coisas psicológicas – necessidades e desejos -, das estruturas sociais. Mas, assim como o objeto da sociologia weberiana nega a existência de uma só causa para o sentido da ação dos homens, o objeto da economia não se reduz à natureza, ou às coisas, ou aos mecanismos, ou ao homem como categoria abstrata, nem tanto ao humano, como ‘coisa’ imanente; O “objeto” da economia não está na reflexão que uniu o sujeito que conhece o objeto que observa e sua submissão à análise - pois não cumpre à economia analisar a gnose filosófica[ix] do valor das origens, - mas dar visibilidade às assimetrias da Lei da Escassez para dispor dos recursos em usos alternativos – objeto este, irrenunciável, a menos que a eqüidade monopolize a redistribuição do excedente – entre os homens, indistintamente.
A refundação da “Teoria Geral” em economia, passa pela recolocação do próprio “homem como centro de interesse do conhecimento” e prescinde a reflexão que separe o sujeito que conhece do objeto, permanentemente e renovadamente, a conhecer e, submeta à análise o elo (o liame) que os une.
Na atualidade, é patente que a “rejeição” da síntese neoclássica, não se sustenta somente no terreno dos princípios, como assinalou Schumpeter. Se a armadilha da síntese é a inexorável escolha de prioridades que se dará a partir dela e, conquanto o planejamento estratégico assinalará a redução entre o que é principal (a produção agregada, por exemplo) e o que é acessório (a absorção e a reabsorção do subemprego - como propôs Keynes como papel principal e fundamental do Governo -, por exemplo): cabe à “teoria estrutural”, demonstrar que se por um lado o principal enseja a coordenação do planejamento eqüitativo a ele (o principal), por outro lado é graças à reprodução do acessório que se estabelece as margens para crescer à escala, com mais prestações direcionadas ao cogente que não incorpora à renda e portanto não acopla à economia desde a década de 50. É esta margem que o empresário (e não mais o Governo) precisa ver demonstrada pela equação geral da estrutura, que precisa ser desenvolvida a partir da “macroeconomia analítica”.
O “caminho para a teoria geral da estrutura” parte da Economia Política ausente à “Metodologia Econômica”: parte da “matemática econômica” (por falta ou excesso de termo) à incorporação à renda e ao crédito bancário; parte da democracia degenerada (do consenso da força à obrigatoriedade do voto) à maturidade democrática com a “participação política”(Bobbio, N., “Dicionário de Política”. UNB.1999); parte da metafísica ideológica subjetiva à pesquisa empírica positiva (do “método genético” em Spinoza ao “estruturalismo genético” em Goldman); parte da “externalidade política” (do hedeg público a preços e taxas das commodicies) a governança incorporadora (do hedeg social a acoplagem à economia das ‘gentes’); parte da construção da “equação matemática da produção interna bruta” à “desconstrução”(Derrida) da função algébrica transcendente do produto potencial estacionário. Se este caminho é negligenciado ou se ele é embatucado pela sociedade organizada/desorganizada, o Planejamento Estratégico deixa de ter sentido e o sistema econômico tenderá a se superar, se reproduzir e manter o status quo dos privilégios de distinção.
É portanto esta zona cinzenta o móvel das mudanças e, é nela que se constrói as bases de sustentação do permanente, renovadamente, no tempo-espaço.
(Fonte: Fragmentos do texto: “Metodologia Econômica dos Homens e Bens Indistintos”)
ALIENAÇÃO: DO CONCEITO AO SER E A “SOCIEDADE DE REDES”
Inicialmente, trataremos de reminiscências do verbete “alienação” com fulcro no materialismo histórico (teoria sociológica) para em seguida chegar a perceber seu significado no materialismo dialético (teoria filosófica). Assim como não o abordaremos em sentido empregado pela medicina, também não o trataremos em oposição à fé teológica.
Os antecessores do filósofo Hegel (Fichte e Schelling), concluíam que “o ser só se determina na oposição e na luta com seus opostos”. Hegel aceitará a noção de dialética proposta na síntese de Fichte (1762-1814) e, a noção de idealismo objetivo, identidade do sujeito e do objeto na consciência do absoluto de Schelling.
Para Hegel – que pretende apreender o “real”, aproximando o “ser” do “conceito” - a identidade entre o real e o racional, leva à compreensão do real (histórico) somente possível pela lógica dialética.
Filosoficamente, os dados dos sentidos (as primeiras percepções de HUME) irão se transformar em pensamento, isto é, em “conceito” (Tudo que existe no intelecto, primeiro foi percebido pelos sentidos humanos[x] – tato, olfato, visão, paladar, etc...- Princípio orientador do empirismo in Aristóteles, Hume, Tomás de Aquino...). É a filosofia que atinge as coisas, a natureza e a história em sua verdade, tomando consciência e conduzindo da individualidade à universalidade as primeiras percepções dos sentidos humanos.
Neste sentido historicista, a autoconsciência seria formada no momento em que o espírito absoluto se “relativizasse[xi]” em História como liberdade absoluta.
O filósofo, doutor em direito, Karl Marx (1818-1883), se associará à esquerda hengeliana, contrária ao absolutismo do Estado prussiano e, mais tarde irá romper com o “idealismo de Hegel” [xii] que concebera a criação do Estado como o final do processo em que o absoluto se “relativizaria” em história, como liberdade absoluta.
Marx partirá da “teoria da alienação” de Feuerbach[xiii], do significado do termo “alienação” em Ciências Jurídicas (Direito) e do conceito em Economia Política (teoria política), para formular o que até aos dias atuais é um dos conceitos básicos do marxismo: entre capital e trabalho a perda sofrida pelo trabalhador de uma parte de seu ser, quando o capitalista se apropria do fruto de seu trabalho, impondo-lhe a mais-valia [xiv](teoria econômica).
Desenvolve o conceito de fetichismo (uma espécie de idolatria da mercadoria): os vínculos entre os indivíduos e entre os grupos sociais aparecem sobre a forma de “compra e venda” de coisas, objetos e não claramente como relações sociais entre classes distintas.
A alienação real entre o trabalhador (produtor) e os objetos, produtos materiais e imateriais, por ele criado, é mascarada entre “objetos, coisas, mercadorias, produtos e suas ‘inatas’ relações e formas de propriedade”. Este é o fetichismo das relações de troca.
Marx sustentará que a alienação ocorre não somente no plano religioso feuerbachiano (essência imanente e ser absoluto), mas entre cidadão e Estado, entre soldados e suas bandeiras, entre o trabalhador e o capital. Os produtos do trabalho ao serem transmigrados em fetiches, sobre a forma de mercadorias de outras mercadorias, subjugam o homem, ao invés de servi-lo.
Das divergências surgidas após (a) a “I Internacional”: “a emancipação da classe trabalhadora é obra dos próprios trabalhadores” (Londres, 1864) entre partidários de Marx e partidários de Proudhon, Bakunin e os anarquistas (expulsos em 1872); (b) a “II Internacional”: “marxismo” (Paris 1889) entre os socialistas parlamentares alemães, franceses e ingleses, partidários dos créditos de guerra e a corrente liderada por Lênin e Rosa Luxemburgo que propunham a transformação da guerra em luta revolucionária (bolcheviques) contra o capitalismo; (c) a “III Internacional”: “marxista-leninista” (Moscou 1919) e (d) da “IV Internacional” (França, 1938), entre Trotsky, seus partidários e diversas facções, etc: pouco se produziu em termos do que viria ser uma sociedade “pós-capitalista”, onde a alienação do trabalho seria superada pelo trabalho livre e consciente.
A crítica teórica atual, desde o fim do regime de Bretton Woods, parece se emaranhar entre os aspectos da funcionalidade do sistema e menos em sua estrutura[xv]. Pouco se debate o “socialismo evolucionário parlamentarista” (Jawaharlal Nehru) e, as ciências social-econômicas parecem abdicar suas metodologias pelo “transplante metodológico” (Granger) das ciências exatas: subserviente à “subordinação da diversidade” invertida, Sachs (2000:335) advoga o “multilateralismo em uma sociedade pós-capitalista” [xvi]; Fiori (2003), desdenha o fascínio de Antonio Negri pela “nova economia” e pela “sociedade de redes”: “as alianças entre Estado e capital eliminariam, no longo prazo, a competição e, por conseguinte, o surgimento de novas potencias capitalistas globais”, como propõe Giovanni Arrighi e, os Estados Nacionais não cederiam lugar a um “império supranacional”, como pensa Negri.
Estamos diante de uma espécie de fetichismo moderno da produção acadêmica e intelectual: a “moderação necessária” (Habermas) imposta pelo “materialismo” historicista, substitui a reflexão necessária exigida pela mediação criticizadora. Argumenta-se, então, que “na linguagem pós-moderna a narrativa-mestra de Marx sobre o capitalismo era adequada para descrever a tentativa do próprio capitalismo de impor sua própria narrativa-mestra ao mundo”.
Nada mais é alienação quando o próprio fetichismo intelectual e a dissidia com a “metodologia das ciências humanas” se sobrepõem em simulacros científicos.
“MAIS-VALIA ABSOLUTA”
O termo “mais-valia”, cunhado pela teoria econômica marxista, designa o “valor a mais” (literalmente, mais valor) que o capitalista se apropria do trabalho do operário. Esta “mais-valia” que é apropriada pelo capitalista, não exige do capitalista nenhum trabalho para ser produzida. A “mais-valia”, portanto, é a jornada de trabalho efetiva “não paga” sob a forma de salário ao operário.
Se o salário real permanece inalterado, a “taxa de mais-valia” tende a aumentar, quando a jornada de trabalho ou a intensidade do trabalho aumentam. Portanto, a “mais- valia absoluta” se define com salário real inalterado e aumento da jornada de trabalho.
Mas, se a “mais-valia” é trabalho excedente produzido pelo trabalhador e “não pago” pelo capitalista sob a forma de salários, qual é o parâmetro que o capitalista usa para se apropriar deste trabalho?
À medida do “valor trabalho” por horas trabalhadas constitui o salário nominal atribuído pelo capitalista por cada hora trabalhada. Este salário deve ser suficiente para a reprodução (manutenção) do trabalhador e de sua família. Isto é, suficiente para a aquisição da cesta básica de subsistência do trabalhador e de sua família[xvii].
A “cesta de bens de subsistência”[xviii] é constituída dos bens socialmente necessários à subsistência e reprodução do núcleo familiar do operário, tais como: alimentação, vestuário, moradia, transporte, higiene, lazer, etc...
A teoria econômica da “mais-valia” informa que o produto do trabalho produzido pelo operário é mais que suficiente, em salários, para a aquisição da cesta básica de bens de subsistência. Logo, como o salário nominal é tão somente o suficiente para a aquisição da cesta básica, o excedente é apropriado pelo capitalista na forma da “mais-valia”, sob a forma de salário real não pago ao trabalhador.
O conceito de “taxa de mais-valia”, portanto, não é pacífico fora do debate ideológico superestrutural e seu significado dual de um mesmo fato social: a relação social entre trabalhador (vendedor de força de trabalho) e capitalista (comprador de trabalho) ou, seu fetiche sob a forma de mercadorias representadas pelo trabalho e pelos salários.
Mas então, se há uma dupla significação real de um mesmo fato social no debate superestrutural, o impasse do “nivelamento de subsistência” se solucionaria pela transcendência de equações sucessivas e simultâneas, onde diferentes fatores se determinam mutuamente ?
Revisionistas, críticos[xix] à taxa de mais-valia, sustentam que o padrão (parâmetro) demanda de "pesquisa&desenvolvimento" includente do trabalho complexo (capital humano) que também aproveita o produtor de trabalho simples (o operário).
Em todas as etapas de desenvolvimento do sistema capitalista (desde a manufatura revolucionária até o atomizado), segue ancilar à estrutura simples ou complexa que o define, a base, o parâmetro, o padrão, o valor trabalho que o legitima. Quer a mão nua do lavrador simples a arar a terra informe, quer o capital humano especializado a enriquecer o urânio, cada fração proporcional de quantidade de trabalho (simples ou complexo), define uma inversa fracionária e proporcionalmente igual ao valor da produção capital.
Enquanto em Ricardo se elimina a pseudocontradição entre a “lei de intercambio fundamental” e o capital circulante e fixo, pela observação dos juros, dos processos temporais específicos e das variações salariais; em Marx, a pseudocontradição entre “trabalho produtivo” e criação material do valor, substratos da “teoria do valor-trabalho”, se soluciona pela distinção entre “trabalho produtivo” e “trabalho improdutivo”: por quanto o primeiro se distinga do “trabalho necessário” ou do trabalho socialmente útil, o segundo, em geral, não afeta o valor criado, nem cria outro, ainda que ensejem gastos de circulação e mudança de forma, não acrescentam à mercadoria nenhum valor - É que, “nas mudanças de forma que sofreu incide no desenvolvimento do mercado mundial e dos meios de transportes.” (MARINI, R.M., “Dialética da Dependência”. CLACSO/Vozes. org. Emir Sader, 2000:248). Sader esclarece que os “trabalhadores da circulação” (comércio, venda, contabilidade, embalagem, classificação, etc..) “se paga mediante o desembolso de capital variável...”, enquanto as atividades de armazenamento (que não mudam a forma e conservam, obviamente, o valor de uso das mercadorias), “que paraliza a circulação e que assegura sua continuidade têm-se a reprodução” de bens de consumo, bens de capital constante fixo e bens de capital constante circulante.
Outrossim, tanto a criação material do valor que ensejam gastos de circulação (pagos pelo capital variável) e de reprodução de bens de consumo, de capital constante fixo e circulante, materialmente não acrescentam à mercadoria nenhum valor socialmente útil.
Embatucando o azedume de classe, o próprio Marx[xx] exibe de forma lapidar as exigências da ‘matemática analítica’, para a definição da “taxa de mais-valia” (tmv):
(tmv)= “m/v”, onde “m” é “mais-trabalho” e, “v” é “trabalho necessário”
Nota-se que, nos estados em desenvolvimento, como o Brasil - onde somente o emprego formal é calculado - e nos países desenvolvidos, o numerador é maior que o denominador, considerado o trabalho simples relativo e a mais-valia absoluta.
A constatação e a demonstração formal da teoria econômica da “mais-valia” revelam que uma mercadoria socialmente útil, qualquer mercadoria, perfaz um “valor trabalho” mediante o “trabalho necessário” ou “socialmente útil” ou o “trabalho produtivo”. Portanto, o capital, capaz de contra-restar os gastos de circulação (transporte) e reprodução (mudanças de forma e armazenamento), não exigem do capitalista mas do operário, sob a forma de salários não pagos e aumento de jornada de trabalho.
O basilar, afeto à cientificidade sempre extraordinária, não é o quantitativo dispêndio sob a forma de “capital variável”, mas o qualitativo definidor (mensurável em complexo e simples), ainda que como leciona Gorz, arrefeça o penúltimo “piloto automático”.
ENSAIO DA “CURVA DE TRANSFORMAÇÃO ESTOCÁSTICA”
CURVA DE TRANSFORMAÇÃO
ISOCRESCIMENTO E “CESTAS DE DESEMPENHO DAS COMBINAÇÕES ESTOCÁSTICAS”
“Cestas de desempenho das combinações estocásticas”
Graficamente, para sustentar a tese de que as “curvas de produto constante são decrescentes e convexas”, devemos admitir que a “forma conveniente da função de produção” depende de condições referentes à natureza e à variabilidade dos fatores de produção e que, uma infinidade de outros elementos relativos aos fatores, permanecem constantes, isto é, não se alteram ou, obedecem as cláusulas coetirus paribus[1]:.
Portanto, analiticamente, conforme a ‘matemática analítica’, é a economia - ciência econômica - quem fornece (informa) as condições referentes à natureza e à variabilidade e, é a teoria matemática – matemática analítica - quem estabelece a forma conveniente da função do ponto de vista estritamente analítico. A mesma interação entre as ciências (econômicas e matemáticas), ocorre com os outros elementos relativos aos fatores, uma vez estabelecidos as condições referentes a sua natureza e variabilidade.
Inicialmente, chamamos de curva de oferta de uma dada produção constante, a relação formulada por Douglas: “x = A.aa.b1-a”; atribuímos ao elemento “a” o insumo do fator capital e o denominamos “K” (fator de capital) e, a “b” o insumo de fator trabalho e o denominamos “N” (fator trabalho), logo x=A.Ka.N1-a, é a forma conveniente da função de oferta de produção constante, onde “A” é o fator “tecnológico” impresumível :
Ξ
K
k3.............P......... ......
k2........................ B H
k1................. C N
0 L
D
E
ko F M
k(-1) M G
k(-2)
Fatores naturais não-econômicos, Sol, ar, ventos, chuvas, climas, terras devolutas, etc
n-3 n-2 n-1 no n1 n2 n3... x
GRÁFICO I: Curva de Produção constante, elaborada por NUNES, N.B.
Didaticamente, atribuímos à variável “Ξ” (kscy) a representatividade da “taxa de crescimento econômico médio” da produção interna bruta e, à abscissa “x” a representatividade da “população economicamente ativa” (PEA). E, também didaticamente, concebemos que o “Mapa de indiferença” entre o crescimento médio “Ξ” e a população economicamente ativa “x” é representado por um conjunto de “cestas de desempenhos” das combinações entre crescimento econômico desejado e empregabilidade de trabalho humano e, concomitantemente, a combinação dos fatores, f(A,k,n), da Economia Estocástica.
As “cestas de desempenhos” acima e a direita de cada uma das três curvas de indiferenças são mais desejadas pela Economia Estocástica[xxi] do País e as “cestas de desempenhos” abaixo e a esquerda de cada uma das três curvas de indiferenças são menos desejadas do que as “cestas de desempenhos” sobre cada uma das curvas de indiferenças, tomadas por si.
A representação gráfica permite-nos lançar mão tanto da análise microeconômica, como concomitantemente, da análise macroeconômica.
Em termos da análise da “Teoria da Produção”, as cestas de desempenho H, L e M, são indiferentes entre si e são as mais desejadas pela economia estocástica por traduzirem uma maximização da combinação de fatores; as cestas de desempenho P,O e M, são indiferentes entre si e são as menos desejadas pela economia estocástica em relação a todas as demais cestas de desempenho representadas no gráfico.
Em termos da análise da “curva de oferta agregada constante”, a “cesta de desempenho” M (indiferente às cestas H e L), emprega “n3” da população economicamente ativa ao custo de ko e da utilização de “k3”; a cesta de desempenho P emprega “n1” da população economicamente ativa ao custo de k(-1,5) e da utilização de “k1”.
Para passarmos para uma análise criticizadora que envolva as participações de capital e trabalho na economia estocástica, prescindimos compreender quais cestas de desempenho, atendem aos fins de bem estar econômico social e quais cestas de desempenho atendem aos fins específicos de excedentes do crescimento econômico e de reprodução da população economicamente ativa.
Assumimos que as cestas de desempenhos que atendem aos fins de bem estar econômico social são as que são passíveis à “lei de mercado” em que as condições de oferta de mão de obra (trabalho simples mais trabalho complexo), são recíprocas (uniformes, contínuas e monótonas) das condições de demanda das firmas e empresas, capazes de gerar reprodução de trabalho e capital sustentáveis (sustentados e auto sustentável), bem como excedentes em crescimento econômico; condições propulsoras de desenvolvimento econômico integrado da Economia Estocástica de um país.
Nestas condições de bem estar econômico social, não é possível (e não é objetivo deste artigo) determinar a “taxa de exploração[xxii]” que é um conceito - “grau de exploração” - definido como quociente entre “trabalho excedente” e “trabalho necessário”, ou entre “trabalho não-pago” e “trabalho pago”[xxiii]. Mas torna-se passível, indiretamente, perceber que a elipse prometéica da demonstração gráfica (acima), revela uma acentuada desproporção entre as participações de capital e trabalho na magnitude do crescimento econômico, representado pela letra grega kscy, “Ξ”. Enquanto as cestas de desempenhos indiferentes H,L e M, utilizam “n3” de trabalho, ao custo de “ko”, as cestas de desempenho indiferentes P,O e M, menos desejadas pela Economia Estocástica, utilizam “k1”, ao custo de “k(-1,5) empregando “n1” de trabalho.
A “curva de transformação” e a noção de “isocrescimento”
A terminologia nominal de ‘curva de indiferença da produção’, tal como relaxada da definição de “curva de transformação” é inapropriada[xxiv]: esta constitui um conceito máximo e forma o limite exterior das possibilidades de produção, conforme a definiu HAYEK, Friedrich August, no “Economic Journal”, in: “Utility Analysis and Interest” (1936); aquela diz da combinação técnica de mesma quantidade de fatores, aptas a formarem “mapa de produção” informador de “cestas de mercadorias indiferentes” de igual custo (através das isocustos), de igual rendimento (isorendimentos), de igual quantidade (isoquantas) e por isso, popularizou-se nos meios ‘microeconômicos’, como ‘linha de isoproduto’.
Com esta popularização modificou-se a análise clássica, segundo a qual, “fator fixo” dentre os fatores de produção é a área de terra e “fator variável” é a utilização eficiente da quantidade de mão de obra, apta a proporcionar rendimentos esperados de escala de capital investido, suficientes para cobrir os custos com salários e demais aluguéis (da terra, por exemplo) e, acima ou abaixo da quantidade eficiente de todos os fatores variáveis (mão de obra, por exemplo), os rendimentos são decrescentes. Modificou-se a análise clássica para considerar que: no curto prazo, a relação entre a quantidade produzida e a quantidade utilizada dos fatores no processo de produção, alguns fatores são fixos enquanto outros fatores são variáveis, mas que no longo prazo todos os fatores são variáveis.
O arroubo e deslumbre da “análise marginalista” de curto e longo prazo, relaxou a teoria clássica para ampliar o arsenal de formas e modos de representar a teoria da produção microeconômica (teoria dos preços, teoria da firma, teoria do consumidor, etc.), enclausurando a representação gráfica cartesiana às relações restritamente convexas e difundindo infindáveis ‘sumários de dados’ destes modos convexos que, se torna hercúleo o processo de demonstração da “curva de transformação”, sem a abstração e o fascínio já popularizado desta Teoria dos Preços.
Muitos colegas não conseguem se quer imaginar a relação de quantidades mensuráveis de quaisquer unidades enquanto imagem dependente de domínio independente e, pretendem com a demonstração de equações simultâneas – restritamente convexas -, demonstrarem relações econômicas científicas. Dito doutra forma mais simples, não percebem se quer a possibilidade de relações econômicas nos eixos cartesianos onde as quantidades de unidades específicas sejam ordenadas cartesianas coordenadas e os preços naturais (ou preços de produção) sejam ordenados no eixo cartesiano das abscissas. Esta limitação (ideológica !?), torna-os igualmente incapazes em perceber as relações proporcionais de variações fracionárias, sob o influxo de variações proporcionais absolutas.
Considerando somente as variáveis dos fatores produtivos como K e N é fácil perceber que se a função de produção é a razão entre duas potências, isto é, F(x)=Kα.Nβ a derivada de f(x) será D(F(x))/dx = Kα.D(Nβ)/dx + Nβ.D(Kα)/dx e portanto, igual a Kα.βNβ-1+ Nβ.α.Kα-1, porém, se a razão envolve mais de duas potências, composta de mais de duas potências (variáveis) interdependentes, i.é. f(x)= Dy = A.KaN1-a , onde A, K e N são as variáveis, cujos os expoentes são respectivamente, a unidade (1) e uma fração positiva do expoente “α”, a derivada de f(x) será:
Y’(A.KaN1-a)=
(A.KaN’+N1-a(A.Ka)’)+(AN1-aK’+ Ka ( AN1-a)’)+ (KaN1-a A’+A( KaN1-a)’)
D(Dy)/dx=
d(AKaN1-a)/dx=(AKaN’+N1-a(AKa)’)+(AN1-aK’+Ka(AN1-a)’)+(KaN1-aA’+A(KaN1-a)’)
Se todos os fatores de produção são variáveis, no longo prazo, onde o “progresso técnico” indivisível impulsiona a produtividade total da Economia Estocástica e está dado por “A”, o relacionamento entre o crescimento econômico médio gerado (Ξ) e o crescimento da combinação da utilização dos fatores (A,K,N) é: Ξ = f(A,k,n). Neste caso, a impossibilidade apontada no “Gráfico I” é suprida “residualmente” pela variável “A”. Com esta característica e conveniência, o “Mapa de Indiferença” deste gráfico pode ser representado por uma curva de possibilidades de transformação que denomino de “ISOCRESCIMENTO”, Ξ = A.Ka.N1-a, onde “α” é uma fração, 0<α<1, e representa as participações percentuais dos insumos de fatores no crescimento econômico médio gerado pela produção constante. “A”= Ξ/Ka.N1-a. Vide a representação teórica de Cobb-Douglas, sem o efeito kscy: xn/A= aa.b1-a = x n/A. Ao fixar o “valor do estoque de capital” (“a”), (sabendo que a função de oferta é constante), a função de oferta produzida será representada pela variação da oferta das quantidades variáveis do Fator “B combinadas com uma dada quantidade, constante[2], do Fator “A”: aa = x n / (A. b1-a). Repare que não se está discutindo a teoria e a forma conveniente da tradicional “função de produção” de Douglas, para certas quantidades de produção constante, xn, (aa.b1-a = x n/A), mas a aproximação da teoria econômica (enquanto ciência social humana), da teoria matemática, que desde Tales de Mileto (Professor de Pitágoras) é axiomático que “para ser considerado verdadeiro um fato matemático deve ser provado pelo raciocínio.”
Ξ
K N
k3 n3
k2 n2
k1 n1
FIGURA I: Função de Produção de longo prazo, onde todos os fatores são variáveis.
A partir da aplicação deste instrumental, a “Escola de Pensamento Econômico Neo-Clássica” (Marginalismo), diante da impossibilidade em medir e explicitar as “curvas de indiferenças” – que são não-uniformes por definição – imputou uma grandeza não-mensurável, implícita e não-uniforme, nomeando-a de “função ordinária de utilidade” e, como não foi possível estabelecer uma lei uniforme para a “utilidade”, admitiu-se que para medir a “Elasticidade da Demanda”, era indiferente que a função de utilidade fosse usada para representar a “dependência da utilidade” em relação à demanda efetiva de um consumidor.
Formalmente e, diante disto que acabamos de discorrer, isto é, concebeu-se que a diferencial de utilidade dU=(dU/dY)dY ou dU=d(LogU)/dY ou dU=d(LogU)/d(LogY), em escalas natural, semilogarítimica e logarítmica, respectivamente, mesmo como uma grandeza não-mensurável a priori, era substituída por equações simultâneas e, a análise do equilíbrio econômico marginalista casar-se-ia ‘logicamente’ a posteriori, definindo-se que a elasticidade da função Y=f(x) no ponto “x”, quando “x” varia de “x” para “x+h” e “h→0” era a “taxa de variação proporcional” de “Y” por unidade de variação proporcional de “x”.
Tomando-se “n” pontos de “x” a ELASTICIDADE de uma função seria dada pelo coeficiente angular (tangente) à curva específica, quando as variáveis fossem tomadas em escalas proporcionais.
Assim, d(LogY)/d(Logx)=(x/Y)(dY/dx)èήxY (Leia-se:A derivada do logarítmo de “Y”dx, quando ambas as variáveis são tomadas em escala logarítmica é igual ao fator multiplicativo “x/Y” vezes a derivada de “Y”dx; equivalente à elasticidade da demanda (ή) de “x”, quando “x” varia proporcionalmente em unidade, para cada variação proporcional de “Y”). Ou, em notação simbólica, ЄY/Єx=(Є/Єx)f(x)=d(LogY)/d(Logx)=(x/Y)(dY/dx), ou, ainda, Єx(Y)=Єx[f(x)]. Isto é, a “elasticidade marginalista” é d/dx multiplicada pelo ‘fator multiplicativo’, inverso da relação que se quer medir o encurtamento, o esticamento ou a elasticidade unitária (“ή<1”, “ή>1” e “ή=1”, respectivamente, para ‘bens normais”).
O “ISOCRESCIMENTO”
Isocrescimento é definido como “igual crescimento”, tecnicamente é uma linha na qual todos os pontos representam combinações dos fatores de produção que indicam o mesmo crescimento econômico médio gerado.
Fica patente que estas formas de representação da produção são conceituais e independentes de qualquer teoria ou conceito de valor (valor trabalho, valor monetário, valor de commodities, valor de ‘preço natural’ ou valor de ‘preço de produção’).
Graficamente, a isocrescimento, pode ser representada por:
K
Ξ = A.Ka.N1-a, ou PIB(-1).(1+ Ξ)=PIB(0)
0 N
(GRÁFICO II: Curva de Isocrescimento da Produção, elaboração NUNES, N.B.)
Sabendo-se que a taxa média de crescimento econômico da série histórica [1913-2013] é “Ξ”, quais os limites físicos e os limites fixos que impactam o Produto Potencial ?
1- Notamos nos dados empíricos que a função de produção interna bruta é uniforme e contínua, isto é, para cada taxa de crescimento econômico, ano após ano, resulta uma única produção interna e cada coordenada (Y,y) defini um único ponto na curva de transformação: Y0=Y-1(1+y)n.
2- Notamos também que mesmo tomando as séries históricas, mês a mês, da “Revista Conjuntura Econômica”, consolidada de jan-dez, a taxa de “crescimento econômico instantâneo”, exercício financeiro descontínuo, em qualquer período (semestre, quadrimestre, trimestre, bimestre), é possível formular o Valor Monetário do nível de atividade econômica produtiva: US$Y=Y(1+(y/n))ne, onde:
“Y” = a resultante do produto anterior;
“1+(y/n)” = fator indivisível, kscy (Ξ);
“ne” = o número de vezes que “y” acumula-se instantaneamente (n), durante o exercício financeiro (e).
3- Notamos ainda, que este valor monetário (US$Y), aproximadamente, a cada 12,5 anos é duplicado, o que nos autoriza a representá-lo ‘analiticamente’ por pontos sucessivos coordenados com distancias escalares dos períodos cronológicos no eixo das abscissas:
US$ Y
YΞne
1913 1925 1937 1949 1961 1973 1985 1997 2009 2021 2033 2045 2057 2069 2081 n anos
(F I G U R A : A Curva de transformação do PIB: “FIG.I”)
Assim como o modo de observar os fenômenos físicos – da Física Quântica, por exemplo – modifica o fenômeno: “a luz lançada sobre partículas modifica as partículas”; Em Economia trata-se de “nível de abstração” mais “alto”, no sentido bem explicado por Sweezy[xxv]: “O volume I [Livro I de “O Capital”] começa e continua num alto nível de abstração... A finalidade legítima da abstração na Ciência Social não é jamais se afastar do mundo real, mas isolar certos aspectos dele para a investigação intensiva. Quando, portanto, dizemos que operamos num alto nível de abstração, queremos dizer que estamos tratando de um número relativamente pequeno de aspectos da realidade...” (SWEEZY,1967,p.46-7). Porém, o mesmo Sweezy explica que, “num nível inferior de abstração, ou seja, quando mais aspectos da realidade são levados em consideração”, os resultados obtidos num certo nível de abstração, como os do Livro I de “O Capital”, podem sofrer “modificações”. (Sweezy, apud Luiz A. M. Macedo - Universidade Estadual de Montes Claros in: “Exploração de Força Social de Trabalho Heterogênea: Uma Extensão de Marx e Sraffa”).
A definição da formação dos preços, situada no âmago da teoria clássica em Smith, evoluiu com a contribuição da corrente marginalista, primeiro com Gossen; sistematizada por Marshall e antes dele, Menger, Jevons e Walras; depois com Böhm-Bawerk, Pareto e Clark, impondo a resiliência analítica de que “diferentes fatores se determinam mutuamente”; por outro lado, a determinação de valor entre grandezas do fenômeno econômico -salvo contribuições específicas, como de Sraffa que buscou elaborar um padrão: o valor de commodities-, a preocupação de David Ricardo em encontrar o índice das relações de intercâmbio e de suas variações, e apesar de: (a) a “luta no terreno dos princípios” contra a ‘teoria da utilidade marginal’, (b) a perspicácia de Ricardo ao (b1) fugir da fascinação da gnose filosófica de valor primitivo, onde seria óbvio que as quantidades de trabalho contidos nos bens é que determinavam as relações entre as grandezas e agora (b2) com o acúmulo de capital e a propriedade da terra, (b1) eliminou uma pseudocontradição entre a “Lei fundamental de intercâmbio” e o capital fixo e circulante (também atacada em Marx entre o volume I de O Capital[xxvi], sobre “o valor-trabalho” e o volume II, sobre preços e “formação do valor” de capital constante e variável), (b4) demonstrando que (b4.1) a proposição dos juros, advinda do prolongamento do processo de produção ao empregar capital em máquinas e equipamentos, desviava a “Lei de intercâmbio primitiva”, dado o tempo de reprodução variável conforme a especificidade dos ramos produtivos e (b4.2) as variações salariais modificavam os preços dos bens que para serem produzidos exigiriam quantidades diferentes de capital fixo e circulante (a concepção marxista, segundo Schumpeter, 1968, pág. 126: mostrava que o aumento dos salários modifica os preços, em quantidades diferentes de capital constante e variável), no entanto, para sustentar o nivelamento de subsistência, é necessária, mas insuficiente, a luta contra a ‘teoria marginalista’ no terreno dos princípios, sem a “pesquisa&desenvolvimento” da equação geral da economia estocástica que explicite a “curva de transformação”, constituída por seu conceito ‘máximo’, explicitando também o limite externo que forma e a construção da equação geral da produção interna bruta que segue, residualmente, definida.
Reafirma-se que as seguintes totalidades: os dados empíricos obtidos de séries históricas; a taxa média do crescimento econômico de 1913-2013 – 2,828427%, segundo a “pesquisa básica”; a importância desta ‘média histórica’, na economia do Brasil, para a compreensão do conceito máximo da curva de transformação que forma o limite externo (HAYEK,1936), bem como o percentual de habitantes que corresponde à População Economicamente Ativa (aproximadamente 13% da população total de habitantes – 23,3 milhões em 2013, segundo o IBGE) que informa um limite fixo. Podem ser totalidades “aceitas”, “discutidas” ou “rejeitadas”, mas não podem ser reduzidas à abstração da “matemática analítica” prescindindo a Metodologia Econômica dos Homens e Bens Indistintos que lhas dar causa.
Nota-se que em qualquer escala, o instrumental analítico reduz a análise econômica aos “mecanismos” do nominalismo enxertado das técnicas do cálculo numérico, onde desaparecem tanto as pessoas como o trabalho humano (principalmente o subemprego potencial visível – Conceito do PREALC - Programa Regional Econômico para América Latina e Caribenha), restando, implicitamente, reduzidos à padronização de unidades abstratas e, é justamente o que se quer evitar.
Após alguns experimentos teóricos, observamos que a demonstração do conceito econômico de “elasticidade”, definida em leis que - embora em cada ponto específico, arco (ou seguimento), intervalo ou parte de uma lei de mercado (leis de demanda e oferta) - a elasticidade é única, estas leis traduzem todo o escólio seqüencial das possibilidades de transformação, sendo, portanto iguais em qualquer escala (algébrica ou transcendente): para serem demonstradas, passando da teoria da utilidade à teoria da escolha racional, entretanto, deverão ser tomadas (ou reduzidas) ao caso normal.
Genericamente, caso normal em matemática é designativo da linha que passa pelo ponto de tangência e é perpendicular - que está ou cai sobre uma linha ou superfície, formando com ela dois ângulos retos - à tangente de uma curva ou ao plano tangente de uma superfície. O caso normal (1), graficamente, Y=f(x,y): P(x)=f(xn,yn); P’(x)=f(xm,ym)
Y C
(1) Caso Normal (bem normal)
. tg
C’
tg’
(2) Caso Normal (bem substituto)
yn . . . . . . . ... .P
ym ................................... P’ .
. .
. .
. .
xn xm x
O caso normal, em matemática é subserviente, inexoravelmente, à cláusula coetirus paribus. Modificando-se as relações entre grandezas (Y versus x), modifica-se o posicionamento da tangente (tg) à curva que, no novo posicionamento (tg’), dará luz a outro caso normal (2). E, esta resiliência torna-se restrita aos “bens normais” – onde a reciprocidade uniforme é passível de preservação - mas o “mapa de indiferença da produção”, formado por equações simultâneas das isoquantas (substrato do “transplante metodológico”, segundo Granger, “metafísica arbitrária dos atos racionais” das ciências exatas – matemática, química, física, etc – nas ciências humanas – sociologia, antropologia, economia, etc – Por exemplo, em Química, “isótopos” são elementos de iguais propriedades químicas e diferentes pesos atômicos; em Física, “isotonia” é o equilíbrio molecular de duas soluções separadas por uma membrana orgânica e com a mesma pressão osmótica..), mesmo limitada à conveniência curvilínea convexa[xxvii], passa ao largo de uma infinidade de bens substitutos, complementares, etc. Em palavras: serve à “teoria do consumidor” (à microeconomia, marginal) e, é inservível à “teoria do equilíbrio estrutural” (à macroeconomia analítica).
A “Pesquisa&Desenvolvimento” em Ciência Econômica teria ‘abandonado’ o esforço intelectual não só de Sraffa, Robinson e Kalecki (pós-keynesianos), aspirações iniciadas por Smith, Ricardo e Marx, quanto à gnose do valor ?
Não é aqui ‘o lugar’ para uma resposta definitiva; -Isto se houver uma resposta definitiva.
O fato é que a ‘matemática econômica’, o ‘marginalismo’, produziu infindáveis “sumários de dados”, desde sofisticadas técnicas de obtenção dos mais variados ‘número-índices’ - formalmente enclausurados em métodos específicos, conforme a demonstração que se pretende visualizar (IGP, IGP-M; IPCA; IPC; etc...) – a comportamentos, julgados característicos.
Coerente com a ‘matemática econômica’ ou incoerente com a Metodologia Econômica, a função uniforme recíproca de Y=(ΫΞ)Δy , ‘induz’ à economia política das funções inversíveis monotonicamente decrescentes, objeto da teoria microeconômica...
Assim, X = (ΫΞ)^-Δy ; X = f(y); X = f(Δy,Ϋ,Ξ) é o que o instrumental analítico fornece. ‘Mundo Vida’ que segue: falta às variáveis funcionais de “X” a própria produção “Y” que lhe dá causa de reciprocidade concomitante de período a período.
Se as “equações simultâneas” – efeito demonstração da corrente marginalista – elementos dos mapas de indiferenças, não traduzirem ou não puderem traduzir uma infinidade de elementos que ao final definem um comportamento característico, sua utilidade é restrita ao fim ou aos fins específicos e particulares que se induz evidenciar.
Então, a demanda de "Pesquisa&Desenvolvimento" é: o ensaio da “curva de transformação em conceito amplo” com a função exponencial, que ainda não revelou se a recíproca uniforme é a inversa a priori, a posteriori ou a simultaneidade; a elasticidade da produtividade, mesmo com os recursos analíticos, continua a lidar com fatores econômicos e não-econômicos (concorrência imperfeita, custos sobre-avaliados, hedeg teratológicos, privilégios de distinção, comportamentos subjetivos, subvenções de reserva de mercado, etc..).
Um resumo do ponto de partida da pesquisa básica, prometéica de "pesquisa&desenvolvimento", são as identidades macroeconômicas básicas da ‘macroeconomia tradicional’.
Ressaltamos que, em conformidade com a “Macroeconomia Tradicional”, logisticamente, enfatiza-se as seguintes identidades macroeconômicas básicas, entre outras:
c = CT / [Y*(1-t) + TR]
(1’)“c = CT / [TR*(1-t)*Y]”
Yd = C + S
C = ¨¨C + cY
S = Y - C
S = -¨¨C + (1-c)(Y-TA)
Y*= {[(1 – c (1 – t))-1.(c¨¨TR + ¨¨I + ¨¨G)] - b(i - лe )}
Δb = b(λe- y) – x
s = ( y + d ) . (K / kY)
Δ (AELF) / PIB = taxa de câmbio
Δ (AELF) = yUS$ . (AELF)(-1) = DB, onde “d” = DB / PIB(corrente)
(10)’ Dividindo a identidade (10) pelo PIB, obtém-se quanto da riqueza líquida será destinada à remuneração do capital estrangeiro. O professor Giambiase, nomeou este resultado de “remuneração estável , ‘e’ ” e definiu, uma nova identidade macroeconômica, por:
f=e.yUS$/(1 +yUS$)
g[xxviii] = e . r / (1 + yUS$)
bf = d((e.r) – yUS$) / (1+yUS$)
Logo: bf[xxix] = d((e.r) – yUS$) / (1+yUS$) Tautologicamente, “e” = “d” se consideramos uma constante na estabilidade, donde os parâmetros d, r e yUS$ preservados no período do financiamento, são também uma garantia do financiamento pela dívida.
y{d}= [d / (K / PIB(d))] é igual a “e . r / (1 + yUS$)”
β = [I / (d* - d)]
Nossa décima quinta identidade é na verdade uma condição para que a “razão investimento” (identidade 13), seja ‘sustentável[3]’, isto éJ
y{d}= [d / (K / PIB(d))] = e . r / (1 + yUS$) = g
Pelo exposto em (14), com 100% do estoque de capital desejado, a “taxa de investimento” β =1, o investimento líquido sobre o estoque de capital desejado, menos o estoque corrente, é igual ao multiplicador dos gastos menos o multiplicador tributário (implicações de 14 em 5’):
β = I / (d* - d) = {[G /(1-c)] – [cTA / (1-c)]} {[(16)’ αTA = [(-1/2(1-c)p) + (-1/2(1-c)i)], onde “p” e “i” são coeficientes do multiplicador tributário agregado, produtivo e improdutivo, respectivamente. (Ou, αTA = -0,51(1-c)p –0,49(1-c)i )]};
{[(16)’’ : β = I / (d* - d) = {α[G /(1-c)] – [cTA / i(1-c) + cTA / p(1-c)]}]}
IB = [(y.W)/(1-y).rc]1-y.y => (17)’ por: IB = (yY)/rc, onde é escamoteado o emprego da força de trabalho (mão-de-obra) humana, para se dá uma elegância ao sistema de contas em equilíbrio, passíveis de “tratamento empírico” aos dados do multiplicador do investimento bruto
> Mercado de Bens > Y = (¨¨A – bi + ¨¨X + vr) / (s + m) =>(18’) = 18’=(v/s+m) è (18’’) = Então há uma sensibilidade juros a considerar, definida com 18’’= (-b/1+m) que, sopesada a sensibilidade câmbio (v/s+m), define a alocação de recursos da poupança externa mais a poupança interna na economia brasileira.
Taxa de Câmbio. Pela identidade 18 constatamos que é a oferta monetária real doméstica e a taxa de juros mundial que determinam o nível de equilíbrio da renda. A taxa de câmbio (R) se ajusta para equilibrar o mercado de bens, originando uma taxa de câmbio real de equilíbrio entre o mercado de bens e o mercado monetário:
(19) R = {[((s+m)/Kv).(¨¨M/P)]+[[(s+m)h+Kb]if / Kv]–[(¨¨A + ¨¨X) / v]
Com esta taxa de câmbio de equilíbrio, o mercado de bens se igualaria ao mercado monetário neoliberal pela equivalência do modelo ISxLM
Onde IS=[(¨¨A-bi+¨¨X+vR) / (1-c+m)] ↔ [(1/K)(M/P)+hif] = LM
Coetirus paribus: [(¨¨A-bi+¨¨X+vR) / (1-c+m)]≡Y≡[(1/K)(M/P)+hif]
Inadvertidamente, estas identidades básicas da “macroeconomia tradicional”, prometéica à ‘macroeconomia analítica’, faz entrever que há uma substituição formal das variáveis do ‘mercado de trabalho’ pelas variáveis do mercado de bens, mercado de serviços, mercado monetário e mercado de títulos, conservando, ‘analiticamente’ as variáveis de capital, “K” e, reduzindo as variáveis do fator trabalho, “N”, aos mecanismos, à produção, ao consumo, etc... É esta totalidade da pesquisa básica que é prometéica de "pesquisa&desenvolvimento" em Metodologia Econômica.
NOTAS:
[1] È curioso que se pretenda “abandonar a hipótese coetiris paribus” (Garófalo, “Manual de Economia”.USP.Saraiva. SP. 3a reimpressão, 1999:90): “para que uma apresentação gráfica da teoria (“teoria da escolha”) seja possível (...)” mas, seja necessário lançar mão de outra hipótese: uma hipótese simplificadora supondo a existência de “apenas duas mercadorias”. Ora, se se abandonar a hipótese coetirus paribus, mas adotar uma hipótese de apenas duas mercadorias, inexoravelmente adota-se a hipótese que todas as demais mercadorias permanecem constantes e inalteradas, o quê significa adotar a hipótese coetirus paribus.
[2] Esta, “dada quantidade constante”: é um valor numérico constante ou um valor parâmetro invariável ? No mundo da economia real, a “The theory of wages” de Douglas, descrevera o comportamento geométrico da curva de oferta na hipótese da função de oferta constante da combinação de dois fatores. A escola marginalista, “esquentou a bronca” de Douglas, analiticamente, formulando a “teoria geral do equilíbrio”, mas não saturou o conceito de nivelamento. Indubitavelmente (quer seja um valor constante, quer seja um valor parâmetro) e analiticamente, a derivada (variação) de constante é por definição matemática, sempre igual a zero. Ou seja, analiticamente, aa = x n / (A. (b1-a)’) = aa = x n / (A. (1-a) . b-a) = x n / (A. (1-α). 1/ba); Tomados os dados oficiais de 1987 (aplicado à simbologia da planilha eletrônica excel): (4,32^0,467) = 3,61/(A*0,533*1/1,9^0,533); A=1,2947!!! (NUNES, N.B. “Metodologia Econômica dos Homens e Bens Indistintos”. www.amazon.com.br, Novembro de 2013, pág.62-66, in: Crítica ‘a limitação do instrumental analítico marginalista tanto em funções simples como em funções transcendentes).
[3] O Professor Giambiase, BNDES, ob.cit., tomara a condição de verdade da identidade 13, pela sua constatação de “um esgotamento da ocupação para algum ponto da segunda metade da década”. Nossa “pesquisa básica”, percebe que, se a capacidade instalada (da indústria) é “alta” ou se aproxima em apresentar algum “esgotamento”, isto significa que há espaços para crescer: desde 1987, quando o setor terciário ultrapassou o setor secundário da economia brasileira; Mas não é somente o setor comercial de manufaturas e de serviços públicos, bancários e privados que estão em expansão. Há espaços para crescer, não só em termos de Produtividade Total e do trabalho, como em investimentos em política habitacional (De 2009 a 2012, segundo o IPEA, o Governo Federal produzira dois milhões de unidades habitacionais e a previsão é a entrega de mais setecentas e cincoenta mil unidades ate o final de 2013. Fonte: “Voz do Brasil”, 25.11.2013) cujo déficit sangra de modo mais perverso as populações não incorporadas à renda e ao crédito bancário. Basta uma olhada, ainda que de soslaio, para os indicadores de informalidade, clusters, equipamentos comunitários, saneamento básico, coleta e tratamento de esgotos sanitários, etc..., e, sem falar no passivo macro-ambiental, para constatar para onde a metodologia econômica está a exigir o aporte de recursos. o desafio é saber até que ponto esta demanda reprimida em infraestrutura, vai dominar o “discurso comunicativo” e até que ponto poderá gerar trabalho e qualidade de vida, bem estar coletivo que inclua, à renda e ao crédito bancário as populações desacopladas à economia.
[i] BRASILEIRO, JUNIOR,N., “Metodologia Econômica”. 2013. (Disponível: in: www.amazon.com.br)
[ii] CALDWELL, Bruce. Beyond positivism: economic methodology in the twentieth century. Londres: George Allen & Unwin, 1982. Apud, Carolina Miranda Cavalcante, Doutoranda em Economia, Universidade Federal Fluminense.Textos Para Discussão UFF/Economia in: “Filosofia da ciência e metodologia econômica: do positivismo lógico ao realismo crítico”. TD 210 Março/2007(Disponível: UFF_TD210.pdf - Adobe Reader)
[iii] HAURIOU, M., “Derecho público y constitucional” Madri. Réus. s/d trad. Carlos R. Del Castillo; VIRGA, P., “Liberta giuridica e diritti fondamentali”. Milano. Giuffrè. 1947
[iv] WEBER, M., “Ensaios de Sociologia e outros escritos”. Abril Cultural-Victo Civita, 1974
[v] Marx desenvolveu sua teoria sobre salários e lucros em termos de seu conceito de “valor” (valor-trabalho), usando-o para definir “valor da força de trabalho” e “mais-valia” (mais-“valor” ou “valor” excedente): “Toda mais-valia, qualquer que seja a forma particular de lucro, renda etc., em que ela mais tarde se cristalize, é, segundo sua substância, materialização de tempo de trabalho não-pago.” (MARX, K. O capital. São Paulo: Abril Cultural, 1984,vol.I,tomo2,p.124;
[vi]Teoria e prática surgem em condições específicas de desenvolvimento dos países mundo afora: “o academismo da ineficiência da estrutura de produção de um país pode ser importante recurso funcional para outro” (Max Weber).
[vii] Tese de Mestrado: Rivera, F.J.V. “Os determinantes históricos do planejamento de saúde na América Latina”. I.M.S – UERJ.
[viii] Quando o alto nível de abstração das Ciências Sociais é submetido a um nível mais elementar de abstração para descrever interesses em “fins econômicos específicos” os resultados obtidos por modelos matemáticos, por exemplo, fazem deduzir relações que não se sustentam metodologicamente estocásticas, para descrever as necessidades em “fins econômicos de bem estar social” - devido à simultaneidade da “taxa de exploração (te)” à taxa de mais valia absoluta (mva) definida como o resultado do trabalho complexo (tc), mais o trabalho simples (ts), menos o trabalho pago (tp), trabalho não pago (tnp), preço total de mercado dos bens salários (pbs), isto é, formalmente: mva=tc+ts-(tp+tnp+pbs).
[ix] Em Economia, a única gnosiologia possível das origens, se refere à gênese do liberalismo individualista: a partir dos clássicos Smith, David Ricardo, Malthus e Mill, abriu-se o véu do pensamento econômico científico: a natureza - a terra -, com o crescimento populacional, levaria o crescimento do excedente da terra tenderem ao infinito, enquanto a acumulação de capital (-trabalho) tenderia a zero; Coube aos “marginalistas” (neoclassicismo) subjetivarem a teoria objetiva do “valor-trabalho”, primeiro com o utilitarismo filosófico (Menger, Walras, Jevons), depois com a matematização (Wieser, Böhm-Bareck) e o “equilíbrio parcial” (Marshall), “equilíbrio do subemprego” (Wicksell). Johh Richard Hicks que, com a contribuição do “critério de eficiência” de Pareto, transformara o subjetivo em objetivo na síntese do “equilíbrio automático”, “chupou” o equilíbrio geral de Keynes, ao publicar na “Revista Econométrica (5:147-159 April 1937) um resumo da Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda (1936): sob o título “Mr. Keynes and the classes: a suggested interpretation. 1937”. No Brasil (segundo o professor Luque, “todas as análises posteriores foram efetuadas com base nesse artigo, e não na própria leitura do livro” de John Maynard Keynes: Manual de Economia – Equipe de Professores USP,1999:267), teria sido este resumo que popularizou a obra de Keynes, tornando-a conhecida, ao interpretar o “núcleo pesado” do caráter keynesiano. A partir da experiência da Escola Estruturalista (década de 60, no Brasil) o enfoque no crescimento econômico e na renda, irá ser deslocado para o desenvolvimento econômico como um processo de mudança estrutural (TAVARES, C., “Da substituição de importações ao capitalismo financeiro: ensaios sobre economia brasileira”. RJ. Zahar,1975. apontara que devido à “capacidade existente”, às “divisas da exportação deficitária”: “o processo de substituição enfrenta uma contradição elementar: entre a finalidade do crescimento do produto, do qual decorre a necessidade de elevar as importações, e as limitações da capacidade de importar”.). Se até o final dos anos cincoenta a CEPAL vai intencionar o planejamento deliberado e global do crescimento e de sua velocidade, as fontes de financiamento vão ser as apontadas por Prebisch, para o processo de substituição das importações: superávit comercial; superávit do balanço de pagamentos; transferências da função consumo (via propensão marginal a consumir) para a função investimentos (via propensão a investir) e, recursos do “capital estrangeiro”. A virada da década, virá marcada pelo agravamento da balança de pagamentos, crise fiscal e inflação. CARDOSO, F.H., “As idéias e seu lugar; ensaios sobre a teoria do desenvolvimento”. Petrópolis. Vozes. 1980, apontara que a partir de 1961 o afã reformista político-social irá legitimar temas, antes, considerados “perigosos”: reforma agrária, planejamento, reforma dos impostos, etc...Porém, questões estruturais de base, ficariam no “esquecimento momentâneo”: termos de intercâmbio, o desenvolvimento do progresso técnico, os níveis salariais reais entre o centro e a periferia. Esta totalidade, segundo o autor, teve origem na reunião da OEA, onde foi convencionado que cada Estado da América Latina deveria preparar um “programa integrado” de desenvolvimento econômico-social ...
[x] “NIHIL IN INTELLECTU NISI PRIUS IN SENSU” (Berkeley, T. Aquino, Hume, Locke, Aristóteles), “NISI INTELLECTUS IPSE” (Leibnitz, Kant).
[xi] A “relatividade” é uma teoria estabelecida por Albert Einstein em 1905, que sustenta a inter-relatividade do tempo e espaço, da luz e da velocidade (todos esses fenômenos são interdependentes e as medidas que sobre eles estabelecemos são relativas: as leis da natureza teriam de expressar-se por fórmulas independentes do observador).
[xii] A análise do Estado e do Direito se dá na anatomia da sociedade civil.
[xiii] Friedrich Engels, pensador alemão (1820-1895), colaborador de Marx e redator do Livro Primeiro de “O Capital” (bem como editor dos Livros Segundo e Terceiro, e autor do Apêndice: “Lei do Valor, Taxa de Lucro e A Bolsa”), irá dissecá-lo em “Ludwig Feuerbach And Das Ende Der Klassischen Deutschen Philosophie”.
[xiv] Mais-valia: mais-“valor” ou “valor” excedente: “O trabalho que vale como trabalho superior, mais complexo em face do trabalho social médio [simples], é a exteriorização de uma força de trabalho na qual entram custos mais altos de formação, cuja produção custa mais tempo de trabalho e que, por isso, tem valor mais elevado que a força de trabalho simples. Se o valor dessa força é superior, ela se exterioriza, por conseguinte, em trabalho superior e se objetiva nos mesmos períodos de tempo, em valores proporcionalmente mais altos.” “em todo processo de formação de valor, o trabalho superior sempre tem de ser reduzido a trabalho social médio [simples], por exemplo, uma jornada de trabalho superior a x jornadas de trabalho simples” (MARX,O Capital.1984,v.I,tomoI,p.161-3). Segundo Bohm-Bawerk há uma demanda de “P&D”da medida da unidade padrão, entre trabalho complexo e trabalho simples. Este e outros autores não aceitaram o alto nível de abstração da Teoria Social, particularmente do conceito de trabalho socialmente necessário...
[xv] Segundo os mestres Sayad e Silber, por exemplo, “a taxa de câmbio é determinada pelo mercado, embora os bancos centrais também intervenham nesse mercado...a mobilidade de capital e ausência de coordenação macroeconômica entre os países desenvolvidos, tem sido grande a flutuação da taxa de cambio do comércio, das finanças e da produção” (Montoro, A.F. | et al| “Manual de Economia – Equipe de Professores da USP”. SP.Saraiva. 1999:479-481)
[xvi] A disídia mental, oportunista ou ideológica faz nossos intelectuais (agentes políticos e privados ou orgânicos às ONGs) a escaparem para “filosofia superior” entendida como “moderação necessária” habermasiana. Em entrevista ao “Programa Roda Viva” (TVE-RJ simultânea com a TV Cultura de SP) exibido em 27/05/2013, o recém Diretor Geral da OMC, o Embaixador brasileiro, Dr. Roberto Azevedo, informara que desde o tratado de Bretton Woods, nem o FMI vai dar tratamento à questão comercial, nem o GATES (atual OMC) vai dar tratamento à questão financeira e, que o papel da OMC é desenvolver consenso para “aumentar a dinâmica global de valor multilateral”, negrito meu, NunesNB02/12/2013.
[xvii] Família é entendida como uma unidade constituída de um núcleo. Trabalhador ou trabalhadora é entendido como um homem ou uma mulher adulto que constitui e mantém um núcleo familiar.
[xviii] Da definição de “cesta básica de subsistência”, se origina a “taxa de mais valia relativa” como a evidência do “aumento da produtividade de habitações, alimentos, transporte, vestuário, etc...aumenta a taxa de mais valia relativa, isto é, ela é a variação da capacidade de consumo dos “bens-salários”.
[xix] Por exemplo, BOHM-BAWERK, sustenta que “não é possível reduzir “por exemplo, uma jornada de trabalho superior a x jornadas de trabalho simples”, sem recorrer a “pesos” (como salários relativos, por exemplo) que reduzam trabalhos complexos a quantidades equivalentes de trabalho simples, isto é, quantidades de “trabalho” reduzido.”
[xx] MARX, K., “O Capital”. SP. Abril Cultural. 1984. Vol. I, Tomo 1. pág. 177.
[xxi] Chamamos de Economia Estocástica, a combinação dos fatores de: estoque de capital; estoque de mão de obra humana; estado da arte do “progresso técnico indivisível”; imediatamente, disponíveis às firmas e empresas.
[xxii] “Exploração”, independentemente de uma teoria sobre a determinação quantitativa da distribuição entre lucros e salários é a apropriação por indivíduos ou por uma classe de indivíduos, de trabalho produtivo (ou de produto que requer trabalho) de outros indivíduos ou de outra classe, – cujo trabalho constitui o conjunto total de trabalho da sociedade, o “trabalho social” total durante um certo período – sem que os próprios indivíduos que se apropriam, apesar de aptos a trabalharem e produzirem também para o trabalho social, contribuam com uma quantidade equivalente de trabalho para esse trabalho da sociedade por eles apropriado (apud, com modificações, MACEDO, L.A.M., in “Exploração de Força Social de Trabalho Heterogênea: Uma Extensão de Marx e Sraffa”. Universidade Estadual de Montes Claros): “Denotando o “grau de exploração” por y, o “trabalho pago” por LP, e o “trabalho não-pago” por LNP, tem-se y ≡ LNP/LP. O grau de exploração y resulta convenientemente igual ao quociente entre a parcela dos lucros e a parcela dos salários na renda nacional: y = Y/W. Devido à escolha de unidades, esta igualdade assume a forma simples: y = (1–w) / w. O grau de exploração emerge assim, não como uma variável determinante do montante de lucros relativamente ao montante de salários, mas como uma variável “sombra”, cuja determinação (y=LNP/LP) deriva como resultado da determinação quantitativa da distribuição da renda nacional entre trabalho e capital”. Nesta definição, está implícita a produtividade dos fatores e o “grau de exploração”, não diz ou pressupõe que o progresso tecnológico é um dado residual à combinação dos fatores. Assim, se o “grau de exploração” é o resultado de “(1-w)/w”, então ele é igual à Produtividade Total da Economia, obtida residualmente. Esta forma de definir o significado do verbete “exploração”, esconde ou justifica ou nega a própria teoria econômica da “mais-valia”.
[xxiii] Quando o alto nível de abstração das Ciências Sociais é submetido a um nível mais elementar de abstração para descrever interesses em “fins econômicos específicos” os resultados obtidos por modelos matemáticos, por exemplo, fazem deduzir relações que não se sustentam metodologicamente estocásticas, para descrever as necessidades em “fins econômicos de bem estar social” - devido a simultaneidade da “taxa de exploração (te)” à taxa de mais valia absoluta (mva) definida como o resultado do trabalho complexo (tc), mais o trabalho simples (ts), menos o trabalho pago (tp), trabalho não pago (tnp), preço total de mercado dos bens salários (pbs), isto é, formalmente: mva=tc+ts-(tp+tnp+pbs).
[xxiv] Conforme Roy Allem, “curva de indiferença da produção (é) terminologia não-recomendada porque nada têm em comum com as chamadas curvas de indiferença” (ALLEM, R.G.D., “Análise Matemática para Economistas”. RJ. Fundo de Cultura.Vol. 1, 1960:144).
[xxv] SWEEZY, P. “Teoria do desenvolvimento capitalista”. Rio de Janeiro, Zahar, 1967.
[xxvi] Citados por Sader (2000) à edição de “O Capital” – Fundo de Cultura Econômica, México. In: MARINI, R.M., “Dialética da Dependência – uma antologia da obra de Ruy Mauro Marini”; Organização e apresentação de Emir Sader. Petrópolis, RJ: Vozes; Buenos Aires: CLACSO – Conselho Latino Americano de Ciências Sociais, 2000.
[xxvii] A “teoria do consumidor” estabelece que cestas de mercadorias posicionadas acima da curva convexa são preferíveis às posicionadas abaixo da curva convexa e, as cestas posicionadas sobre a curva convexa são indiferentes ou fornecem a mesma satisfação para o consumidor individual (curva de indiferença – espaço geométrico ocupado pelos pontos específicos que representam “cestas de consumo” indiferentes à preferência do consumidor.).
[xxviii] Observações: é esta identidade 11 que representa, logisticamente, os recursos do fluxo financeiro que remuneram o financiamento pela dívida da riqueza interna líquida dos brasileiros; Logo, “g” é uma medida de transferência enviada ao exterior que não modifica o Produto Interno. São recursos emprestados da poupança externa que retornam ao credor em valor correspondente ao impacto de sua utilização produtiva na economia do tomador. Pois, se “g” for demasiadamente deflacionada, o credor não resgatará e, se for demasiadamente inflacionada, preferirá negocia-la no mercado de ativo; Assim, não é verdadeira a sentença que o crédito bancário só é passível às economias com grau de investimentos internacionais ou, que o crédito bancário doméstico só é possível à população acoplada à economia nacional; A incorporação à renda e ao crédito bancário de mais de 40% da população brasileira é necessária e possível, desde que os guardiões da política orçamentária direcionem a Política Econômica para os brasileiros, utilizando as funções “bi-fontes” do BACEN (BANCO DOS BANCOS e BANCO DO GOVERNO, DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, DO ESTADO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL), abrindo seu hermético balanço ao Tesouro.